
Edgar Rice Burroughs é um dos escritores mais icônicos do século XX. Além disso, é conhecido por criar personagens inesquecíveis e mundos imaginativos que cativaram gerações de leitores.
O Legado de Edgar Rice Burroughs

Edgar Rice Burroughs foi um escritor visionário nascido em 1875 em Chicago, Illinois. Sua imaginação fértil e sua paixão pela escrita o impulsionaram a criar alguns dos personagens mais icônicos da literatura do século XX. Burroughs é mais conhecido por ter dado vida a Tarzan, o lendário “Rei da Selva”. Mas também por outras grandes sagas, como sua série de aventuras marcianas estreladas por John Carter.
O que torna a obra de Burroughs tão relevante até hoje é sua capacidade única de transportar os leitores para mundos exóticos e emocionantes. Seus personagens, como Tarzan e John Carter, representam ideais de coragem, determinação e heroísmo que ressoam com públicos de todas as idades. Além disso, suas histórias exploram temas universais, como o choque entre culturas, a busca pela identidade e a luta contra o mal, que continuam a ressoar com os leitores modernos.
Além disso, o estilo de escrita envolvente de Burroughs e sua habilidade em criar narrativas repletas de ação e aventura garantem que suas obras nunca se tornem obsoletas. Assim, sua influência na literatura de ficção científica e na cultura popular é inegável, e suas criações continuam a inspirar novos escritores, cineastas e artistas a explorar novos horizontes criativos. A obra de Burroughs permanece relevante hoje porque transcende as barreiras do tempo, oferecendo aos leitores uma fuga emocionante para mundos de imaginação e aventura.
A Vida de Edgar Rice Burroughs
É até estranho dizer que Burroughs fracassou em quase todos os empreendimentos que tentou até sua primeira publicação em The All-Story Magazine em 1911. Claro, isso porque agora nós conhecemos o quão grandiosa e influente foi a sua carreira na cultura pop.
Ele frequentou algumas escolas públicas e privadas antes de finalmente se formar em 1895 na Academia Militar de Michigan. Foi reprovado no exame de admissão à Academia Militar dos EUA em West Point. Daí, alistou-se como soldado raso na Sétima Cavalaria dos EUA, pois acreditava que ainda poderia obter uma comissão como oficial se se distinguisse numa missão difícil. Assim, ele pediu uma designação para o pior posto da América – nem é preciso mencionar que foi atendido prontamente.
Sua missão era perseguir Apaches. Mas, como ele mesmo disse: “Persegui muitos apaches, mas, felizmente para mim, nunca alcancei nenhum deles”.
Depois de ter se cansado, conseguiu, através da ajuda de seu pai e de alguns contatos políticos, sua dispensa. Assim, em 1900, ele se casou com Emma Centennia Hulbert, que o seguiu por toda a América durante os onze anos seguintes. Então, tornou-se cowboy em Idaho, depois lojista, policial ferroviário, garimpeiro e até “contador especialista”, embora nem fosse qualificado para a profissão. Ao longo desse período, ele de alguma forma arrecadou dinheiro para vários de seus próprios negócios. Nenhum deles durou muito tempo.
O que tem no fundo do poço?
Imagine como deve ter sido difícil essa situação para um jovem recém casado! Isso afetou a moral do casal. Assim, muito provavelmente, para escapar da dura realidade da vida, ele escrevia e desenhava pequenas histórias. Isso se tornou uma via de escape tanto para ele como para sua esposa.
Muitos anos mais tarde, ele viria a confirmar este fato:
“Em todos esses anos não aprendi uma única regra para escrever ficção. Ainda escrevo como escrevia há 30 anos; histórias que sinto que me divertiriam e me dariam relaxamento mental, sabendo que existem milhões de pessoas como eu que vão gostar das mesmas coisas que eu gosto. De qualquer forma, me divirto muito com minhas imaginações e posso apreciar – em pequena medida – o excelente tempo que Deus teve na criação do Universo.” – Edgar Rice Burroughs
A sua situação não tinha nenhuma perspectiva de melhora. Então, ele chegou ao fundo do poço aos 35 anos de idade. Desempregado e sem dinheiro, com uma esposa e dois filhos para sustentar, e com o terceiro filho a caminho. Assim, nesta situação precária, ele escreveu sua primeira história: Under the Moons of Mars (Sob as luas de Marte em tradução literal). A que viria a se tornar o embrião da saga Barsoom. Na verdade, a história ainda estava pela metade.
O incentivo que mudou tudo
Que tal ouvir do próprio Burroughs como foi a publicação de sua primeira história?
“Eu não tinha ideia de como enviar uma história ou o que poderia esperar do pagamento. Se eu soubesse alguma coisa sobre isso, nunca teria pensado em enviar meio romance, mas foi o que fiz. Thomas Newell Metcalf, então editor da All-Story Magazine, publicada pela The Prank A. Munsey Co., escreveu-me que gostou da primeira metade da história e que se a segunda fosse tão boa, ele pensou que poderia usá-la. Se ele não tivesse me dado esse incentivo, eu nunca teria terminado a história e minha carreira de escritor teria chegado ao fim, já que eu não estava escrevendo por causa de qualquer desejo de escrever, nem por qualquer amor particular pela escrita. Eu estava escrevendo porque tinha mulher e dois filhos, uma combinação que não funciona bem sem dinheiro.”
“Terminei a segunda metade da história e ganhei US$ 400 pelos direitos da primeira série da revista. O cheque foi o primeiro grande acontecimento da minha vida. Nenhuma quantia de dinheiro hoje poderia me dar a emoção que este primeiro cheque de US$ 400 me deu.”
Hoje, essa história é aclamada pelos estudiosos como o ponto de viragem da ficção científica do século XX, e novas edições continuam a ser publicadas todos os anos em todo o mundo.
Nem tudo são flores
A esta altura, você consegue imaginar que ele quase desistiu? Isto porque seu próximo esforço literário, um romance histórico ambientado na Inglaterra dos reis Planagenet, foi rejeitado. Mas, de novo, veio aquele incentivo por parte do seu editor. “Não desista” – ele disse.
Bom, então ele criou um certo personagem que quase ninguém conhece. Sabe qual? Vou dar uma dica: surgiu no romance Tarzan dos Macacos.
A Criação de Tarzan: O Homem da Selva

Não é necessário dizer que aqui, sua carreira mudou para sempre. Tarzan dos Macacos foi um sucesso surpreendente em sua aparição na All-Story Magazine em 1912. TARZAN OF THE APES rendeu a Burroughs meros US$ 700. Mas, pasmem, depois de ser rejeitado por praticamente todas as principais editoras de livros do país, finalmente foi impresso em forma de livro pela AC. McClurg and Co., e se tornou um best-seller em 1914.
Então, como você deve imaginar, um homem de mente criativa, como a dele, após um grande incentivo e reconhecimento, não seria de se esperar outra coisa senão um período de muita inspiração.
Nos anos seguintes, vieram muitas histórias sobre Marte, Vênus, Apaches, faroestes, comentários sociais, histórias de detetive, contos da Lua e do centro da Terra – e cada vez mais livros de TARZAN. Rapidamente, ele tinha quase 100 histórias de sua autoria.
Sua principal criação ganha as telas
Então, Tarzan dos Macacos foi publicado em 1914 como um livro a ser reconhecido, e não mais em revistas pulp, como foi seu começo em 1912. E apenas 4 anos depois, em 1918, Tarzan ganhava as telas em sua primeira adaptação cinematográfica. Com certeza, Burroughs ficou muito feliz com resultado. Só que não…
Na verdade, ficou amargamente decepcionado com os filmes de Tarzan. Muitas vezes ele não ia vê-los. Seu Tarzan era um homem extremamente inteligente e sensível. Um homem que ficava na Câmara dos Lordes quando não estava ocupado de outra forma nos terraços superiores da selva africana. Seu personagem era o homem verdadeiramente civilizado – heroico, bonito e, acima de tudo, livre.

No entanto, Tarzan dos Macacos, estrelado por Elmo Lincoln, foi o primeiro filme da história a arrecadar mais de um milhão de dólares. Desde então, foram produzidos mais de 40 filmes de Tarzan e muitos mais episódios de televisão, sempre associados a um grande sucesso financeiro.
Será que hoje, depois de tantas adaptações, algum acertou o tom dos livros?
Impacto na comunidade local
Em 1919, com a segurança financeira garantida, Burroughs mudou-se para a Califórnia, onde comprou a propriedade de 550 acres do General Harrison Gray Otis, rebatizando-a de ‘Rancho Tarzana’.
Com os próximos anos de desenvolvimento de Los Angeles, a cidade cercou completamente o Rancho Tarzana, e Burroughs vendeu uma grande parte dele para construir casas. Assim, em 1930, foi criada uma agência dos correios na comunidade e os 300 moradores realizaram um concurso para encontrar um nome para a nova comunidade. A nome vencedor foi “Tarzana”. Hoje, Tarzana é um próspero e tranquilo distrito da Califórnia com muitos habitantes.

Além de muitas adaptações para o cinema, Tarzan também alcançou outras mídias, como quadrinhos e rádio. Inclusive, um programa de rádio contava com sua filha Joan como Jane e seu esposo James H. Pierce como Tarzan.
A saga de Tarzan
Ao todo, a saga Tarzan escrita por Burroughs conta com 25 livros. Em suas aventuras, ele até mesmo enfrentou dinossauros no centro da terra. Mas, isto ocorreu no crossover da saga Tarzan com a saga Pellucidar.
Isto mesmo, você não leu errado. Na publicação de 1929, Tarzan participou em um crossover com outra saga, também escrita por Edgar Rice Burroughs. Isto parece familiar pra você? Heróis visitando heróis de outras publicações e participando de suas sagas?
Os livros da saga Tarzan
- Tarzan dos macacos (Tarzan of the apes – 1912)
- O retorno de Tarzan (The return of Tarzan -1913)
- As feras de Tarzan (The beasts of Tarzan – 1914)
- O filho de Tarzan (The son of Tarzan – 1915)
- Tarzan e as joias de Opar (Tarzan and the jewels of Opar – 1916)
- Contos da selva de Tarzan (Jungle Tales of Tarzan -1919)
- Tarzan, o destemido (Tarzan the untamed – 1920)
- Tarzan, o terrível (Tarzan the terrible – 1921)
- Tarzan e o leão dourado (Tarzan and the golden lion – 1922)
- Tarzan e os homens formiga (Tarzan and the ant men – 1924)
- Tarzan, senhor da floresta (Tarzan, lord of the jungle – 1927)
- Tarzan e o império perdido (Tarzan and the lost empire -1928)
- Tarzan no centro da terra (Tarzan at the earth’s core – 1929)
- Tarzan, o invencível (Tarzan the invincible – 1931)
- Tarzan triunfante (Tarzan triumphant – 1931)
- Tarzan e a cidade de ouro (Tarzan and the city of gold – 1932)
- Tarzan e o homem leão (Tarzan and the lion man – 1933)
- Tarzan e os homens leopardo (Tarzan and the leopard men – 1935)
- A busca de Tarzan (Tarzan’s quest – 1935)
- Tarzan e os gêmeos Tarzan (Tarzan and the Tarzan Twins – 1936)
- Tarzan e a cidade perdida (Tarzan and the forbidden city – 1938)
- Tarzan, o magnífico (Tarzan the magnificent – 1939)
- Tarzan e a legião perdida (Tarzan and the foreign legion – 1947)
- Tarzan e o louco (Tarzan and the madman – 1964)
- Tarzan e os náufragos (Tarzan and the castaways – 1965)
Mundos incríveis de Edgar Rice Burroughs
Aqui, Burroughs não só criou sagas gigantes e fascinantes, como fundou um gênero literário. Você já deve ter ouvido falar de gêneros como Espada e feitiçaria (Ex: Conan, o Bárbaro) ou Capa e espada (Ex: Os três mosqueteiros, Zorro). Aqui começava o Espada e planeta ou romance planetário.
A saga Barsoom – John Carter de Marte

A saga Barsoom é uma das mais icônicas obras da ficção científica pulp, transportando os leitores para um Marte romântico e exótico, repleto de civilizações antigas, criaturas fantásticas e aventuras épicas.
A série começa com Uma Princesa de Marte (1912), onde John Carter, um veterano da Guerra Civil Americana, é misteriosamente transportado para o planeta vermelho. Então, em Barsoom, como os nativos chamam Marte, Carter descobre que sua força e agilidade são ampliadas devido à gravidade menor do planeta. Assim, ele rapidamente se envolve nos conflitos entre as diversas raças marcianas, incluindo os belicosos Tharks, os sábios Heliumitas e os traiçoeiros Zodangans. Sua jornada é impulsionada tanto pelo desejo de sobrevivência quanto pelo amor à bela princesa Dejah Thoris, de Helium, cuja honra ele jura proteger a qualquer custo.
Ao longo de onze livros, Burroughs expande o universo de Barsoom com novos personagens, culturas e desafios, mantendo sempre um ritmo eletrizante e um tom de aventura desbravadora. Também, além de John Carter, a série apresenta outros heróis, como Carthoris, filho de Carter e Dejah Thoris, e Ulysses Paxton, outro terrestre transportado para Marte. Além disso, as histórias exploram temas como honra, coragem e o choque entre civilizações, combinando elementos de romance planetário, fantasia e ação ininterrupta. Com isso, com cenários deslumbrantes e criaturas memoráveis, a saga Barsoom influenciou profundamente a ficção científica e a cultura pop, servindo de inspiração para obras posteriores como Flash Gordon, Star Wars e incontáveis outras aventuras espaciais.
Os livros da saga Barsoom
- Uma Princesa de Marte (A Princess of Mars – 1912)
- Os Deuses de Marte (The Gods of Mars – 1913)
- O Senhor da Guerra de Marte (The Warlord of Mars – 1914)
- Thuvia, Donzela de Marte (Thuvia, Maid of Mars – 1916)
- Os Peões de Marte (The Chessmen of Mars – 1922)
- A Mente Suprema de Marte (The Master Mind of Mars – 1927)
- Um Guerreiro de Marte (A Fighting Man of Mars – 1930)
- Espadas de Marte (Swords of Mars – 1935)
- Homens Sintéticos de Marte (Synthetic Men of Mars – 1939)
- Llana de Gathol (Llana de Gathol – 1941)
- John Carter de Marte: (John Carter of Mars – a novella collection)
- John Carter e os Gigantes de Marte (John Carter and the Giant of Mars – 1941)
- Os Homens Esqueleto de Júpiter (Skeleton Men of Jupiter – 1943)
Pellucidar – Viagem ao centro da terra

A saga Pellucidar transporta os leitores para um mundo fascinante localizado no interior da Terra, acessível através de uma abertura no Polo Norte. Introduzida em No Coração da Terra (1914), a série segue David Innes, um aventureiro que, junto com o cientista Abner Perry, descobre um vasto mundo subterrâneo habitado por civilizações primitivas, criaturas pré-históricas e os cruéis Mahars, uma raça de répteis telepatas que domina os humanos locais. Em Pellucidar, o tempo não tem sentido da forma como conhecemos, pois o sol interno nunca se põe, criando uma realidade onde o passado e o presente se misturam. Assim, em meio a esse cenário selvagem e exótico, Innes luta para libertar os povos oprimidos, conquistar o amor da bela Dian, a Bela, e sobreviver às incontáveis ameaças desse reino pré-histórico.
Ao longo de sete livros, Burroughs expande a mitologia de Pellucidar, introduzindo novos desafios, personagens e reinos ocultos dentro desse mundo subterrâneo. A série apresenta batalhas épicas contra os Mahars e seus lacaios, explorações de terras desconhecidas. Além disso até mesmo encontros com personagens de outras sagas de Burroughs, como Tarzan. Misturando aventura, fantasia e ficção científica, Pellucidar captura o espírito da exploração e do heroísmo clássico, evocando um senso de maravilha que influenciaria obras posteriores do gênero. Então, com sua combinação de ação eletrizante e imaginação exuberante, a saga continua a ser uma das mais emocionantes e inovadoras criações de Burroughs.
Os livros da saga Pellucidar
- No Coração da Terra (At the Earth’s Core – 1914)
- Pellucidar (Pellucidar – 1915)
- Tanar de Pellucidar (Tanar of Pellucidar – 1929)
- Tarzan no Coração da Terra (Tarzan at the Earth’s Core – 1930)
- De Volta À Idade da Pedra (Back to the Stone Age – 1937)
- Terra do Terror (Land of Terror – 1944)
- Pellucidar Selvagem (Savage Pellucidar – 1963, póstumo)
Caspak – A terra que o tempo esqueceu

A saga Caspak é uma das mais criativas incursões de Edgar Rice Burroughs na ficção científica e na aventura. Introduzida no romance A Terra que o Tempo Esqueceu (1918), a história segue um grupo de náufragos da Primeira Guerra Mundial que descobre a misteriosa ilha de Caspak, um vasto e isolado continente cercado por penhascos intransponíveis na Antártica. Então, eles encontram lá um ecossistema bizarro onde dinossauros, homens das cavernas e criaturas pré-históricas coexistem em uma hierarquia evolutiva única.
Além disso, a trilogia, composta por A Terra que o Tempo Esqueceu, Os Povos que o Tempo Esqueceu e Desde o Abismo do Tempo, expande o mistério de Caspak e seus habitantes através de diferentes protagonistas que tentam desvendar os segredos desse mundo perdido. Entre batalhas contra criaturas ferozes, encontros com povos de diferentes estágios evolutivos e fugas desesperadas, a série mantém um ritmo acelerado e um senso constante de maravilha e perigo. Também, Burroughs combina elementos de ficção científica, aventura e exploração, criando um ambiente único que desafia as noções convencionais de tempo e biologia. A saga Caspak se destaca como um dos mais originais contos de mundos esquecidos, influenciando a literatura pulp e inspirando incontáveis histórias de exploração e sobrevivência em terras desconhecidas.
Livros da série Caspak
- A Terra Que O Tempo Esqueceu (The Land That Time Forgot – 1918)
- Os Povos Que O Tempo Esqueceu (The People That Time Forgot – 1918)
- Desde O Abismo do Tempo (Out of Time’s Abyss – 1918)
A saga de Vênus

A saga de Vênus, também conhecida como a série Amtor, é a incursão de Burroughs no planeta vizinho da Terra, misturando aventura pulp, ficção científica e romance planetário. Introduzida em Piratas de Vênus (1932), a história segue Carson Napier, um audacioso aventureiro que tenta viajar para Marte, mas, devido a um erro de cálculo, acaba caindo em Vênus, ou Amtor, como os nativos chamam o planeta. Lá, ele encontra um mundo de densas florestas, mares vastos e cidades exóticas, com civilizações humanas e criaturas estranhas. Napier se vê envolvido em conflitos políticos, perseguições por governantes tirânicos e perigosas batalhas contra monstros alienígenas, ao mesmo tempo que se apaixona pela bela Duare, princesa de uma sociedade avançada, cuja rígida cultura proíbe seu amor por um forasteiro.
Ao longo de cinco livros, Burroughs expande a complexidade de Amtor, apresentando sociedades isoladas, tecnologias exóticas e perigos constantes. No entanto, diferente das sagas Barsoom e Pellucidar, que possuem um tom mais heroico e épico, a série de Vênus enfatiza a sobrevivência de Napier em um mundo hostil, repleto de regimes autoritários, intrigas políticas e aventuras marítimas. Elementos como naves flutuantes, armas avançadas e criaturas bizarras conferem à saga um charme único, equilibrando o espírito clássico da exploração com um toque de sátira e comentário social. Embora menos famosa que Barsoom, a saga de Vênus mantém o estilo vibrante de Burroughs e oferece uma jornada repleta de ação e imaginação para os fãs da ficção científica pulp.
Os livros da saga Amtor
- Piratas de Vênus (Pirates of Venus – 1934)
- Perdido em Vênus (Lost on Venus – 1935)
- Carson de Vênus (Carson of Venus – 1939)
- Fuga de Vênus (Escape on Venus – 1946)
- O Mágico de Vênus (The Wizard of Venus – 1970)
Uma aventura na lua

A saga da Lua, também conhecida como a série Aventuras na Lua, é uma das menos conhecidas de Edgar Rice Burroughs, mas ainda assim carrega seu estilo característico de aventura e ficção científica. A história se inicia com Julian 5th, de uma linhagem de guerreiros destinada a lutar em uma guerra futurista entre duas facções humanas que habitam a Lua. No entanto, diferente de outras séries de Burroughs, essa narrativa se desenrola em um futuro distante e adota um tom mais próximo da ficção científica distópica, misturando ação, intriga e romance. Além disso, a Lua, chamada de Va-nah pelos seus habitantes, abriga sociedades avançadas, conflitos políticos e civilizações exóticas, onde Julian precisa lutar para sobreviver e cumprir seu destino como líder de uma revolução.
A história avança várias gerações no futuro, mostrando um mundo transformado pelas batalhas anteriores. No entanto, ao contrário de Barsoom ou Pellucidar, onde os heróis frequentemente conquistam e moldam os mundos que descobrem, a série lunar de Burroughs enfatiza a luta contínua contra forças opressivas, trazendo um tom de resistência e renovação. Embora composta por apenas três romances, essa saga se diferencia por sua estrutura narrativa incomum e por explorar temas de ciclos históricos, guerra e destino. Ainda assim, mesmo não sendo tão influente quanto outras obras do autor, a série da Lua mantém o espírito aventureiro e visionário que tornou Burroughs um dos grandes mestres da ficção pulp.
- A Donzela da Lua (The Moon Maid – 1926)
Outras histórias
Além de suas sagas mais famosas, Edgar Rice Burroughs escreveu diversas obras menos conhecidas que exploram diferentes gêneros e ideias inovadoras para sua época. Por exemplo, entre elas está The Monster Men (1913), uma história que mistura ficção científica e horror, inspirada no clássico Frankenstein. A trama segue o cientista Arthur Maxon, que tenta criar artificialmente seres humanos perfeitos em uma ilha isolada, mas acaba gerando criaturas monstruosas. A obra traz temas de identidade, humanidade e os perigos da ambição científica, mostrando um lado mais sombrio da escrita de Burroughs.
Outra obra pouco lembrada é The Lost Continent (1916), também publicada como Beyond Thirty, um romance distópico ambientado no século XXII. A história apresenta um mundo onde a Europa foi devastada por guerras e regrediu à barbárie, enquanto as Américas se isolaram completamente, proibindo qualquer contato externo. O protagonista, um explorador americano, desobedece essa regra e descobre os restos de uma civilização perdida, mergulhando em uma narrativa de aventura e crítica política. Já The Mad King (1914) e The Rider (1915) são romances de capa e espada, repletos de intrigas políticas e ação, nos moldes de O Príncipe e o Mendigo. Essas histórias, embora menos populares, mostram a versatilidade de Burroughs em criar mundos imaginativos e personagens marcantes, além de influenciar a ficção pulp e a literatura de aventura por décadas.
Conclusão: O Impacto Duradouro de Edgar Rice Burroughs
Assim, hoje, Edgar Rice Burroughs é lembrado como um homem modesto que nunca levou a si mesmo ou a qualquer outra coisa muito a sério. Seus amigos lembram seu senso de humor, seu grande amor pela vida ao ar livre e seu orgulho ilimitado por seu país.
Atualmente, ele está gradualmente recebendo a aclamação da crítica que lhe foi negada em vida. Assim, personagens como Tarzan dos Macacos não é mais considerado mero entretenimento. E as imaginações selvagens de Burroughs entre as estrelas tornaram-se temas para estudiosos e uma inspiração para uma nova geração de escritores de ficção imaginativa.
Com certeza, é inegável que ele acabou recebendo o reconhecimento pelo seu trabalho, ainda que este reconhecimento houvesse sido negado por muito tempo.
- Fonte (inglês): https://www.edgarriceburroughs.com/erb-biography/
- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Rice_Burroughs
- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarzana
- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Barsoom
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